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O que é o que é, Diagramas?

  • Foto do escritor: livre.lab
    livre.lab
  • 14 de nov. de 2019
  • 3 min de leitura

Atualizado: 3 de jan. de 2021

O diagrama é uma forma gráfica de explicar algo teórico. Na arquitetura, através da graficação podemos representar questões de funcionalidade, volumetria, estética, inserção do edifício no entorno e sistemas técnicos.

Os primeiros diagramas a serem destacados são do arquiteto teórico Peter Eisenman, onde ele se baseia na teoria desconstrutivista para realizar seus esboços axonométricos. A forma como ele relaciona a arquitetura com o processo do diagrama rendeu o livro “Peter Eisenman: Diário e Diagramas”, onde ele explica seu processo de projetar através dos diagramas seguindo a lógica teórica de anterioridade, interioridade e exterioridade. Porém, falar sobre o genioso Peter Eisenman é assunto para outro post, pois para compreendê-lo é necessário entender toda a bagagem filosófica do desconstrutivismo. Caso tenha interesse sobre o conteúdo, é só acessar:

O fato é que Peter Eisenman determinou a graficação mais livre dos diagramas na arquitetura, e a partir dele muitos arquitetos utilizam esta maneira de explicar o processo arquitetônico, facilitando a leitura e as intenções de cada projeto.

Hoje na contemporaneidade podemos citar alguns escritórios que possuem uma linguagem muito marcante de diagramas como o BIG, o MVRDV, a USstudio e o CEBRA.

O interessante é notar que os escritórios podem utilizar tanto programas computacionais para realizar os diagramas (Adobe Photoshop, Adobe Illustrator, Sketchup, Revit), quanto o desenho à mão livre.

Recentemente, li este artigo do Archdaily, sobre como o desenho a mão é um ofício subestimado em relação as imagens realistas e super produzidas, o artigo relata uma experiência de um concurso em que o Júri - diante as imagens hiper-realistas que receberam no concurso - acordam que tudo que eles viram é extremamente parecido e chato.


Imagens do concurso julgadas com realismo chato.
Imagens do concurso julgadas com realismo chato.


Após analisar este artigo sobre as imagens super realistas, nós do livre.lab queremos mostrar como trabalhar de maneira mais criativa utilizando os desenhos que todo o estudante faz, mas no fim não consegue apresentá-lo por medo de achar que o trabalho não está ao pés de imagens super produzidas.

Desta forma vamos realizar uma série de 3 posts, que envolvem o desenho a mão utilizando o mínimo de pós produção computadorizada possível. O primeiro post será sobre diagramas realizados a mão, e sua diversidade de aplicações. Bora começar?



 

Como fazer um diagrama?


Para realizar um diagrama, existem várias técnicas e todas elas dependem do seu processo projetual, para tanto é importante entender quais são os diagramas existentes:


1. Diagramas de circulação: é aquele diagrama que mostra por onde os usuários circulam dentro do edifício, ou quando é uma implantação urbana, como ocorre a circulação peatonal e a de outros modais.



Normalmente esses diagramas surgem a partir das análises do terreno, onde aparece inicialmente o entorno do projeto, e a partir deste pressuposto há uma interferência a partir das diretrizes de projeto.

Ferramentas que podem ser utilizadas: Desenho a mão e Adobe Illustrator.


2. Diagramas de construção volumétrica: esse também é utilizado para mostrar o desenvolvimento do projeto arquitetônico ou urbano. É neste diagrama que vamos entender o porquê a forma se relaciona de tal maneira no espaço.



É muito provável que você já tenha visto esses diagramas na parte introdutória do projeto, muitas vezes os arquitetos optam por diagramas para apresentar o projeto do que um texto denso cheio de informações abstratas.

Ferramentas que podem ser utilizadas: Desenho a mão e Adobe Photoshop.


3. Diagramas de programa de necessidades: é muito comum encontrar em projetos onde há complexidade nos usos do edifício, há uma melhor forma de resumir todas as informações de programa e usos que não seja por diagramas? Se houver, desconheço!



No programa de necessidades há também diagramas que apresentam os usos de forma dinâmica e variada, o CEBRA é um ótimo exemplo, eles são um escritório que conseguem trazer os usos do espaço de forma criativa e humana a partir dos diagramas.


4. Diagramas de diretrizes climáticas: normalmente o estudo de diretrizes climáticas apresenta as questões de insolação, ventilação e conforto acústico. Portanto, encontrar diagramas que mostram soluções de conforto acústico ou a real situação climática do lugar, é muito comum.



5. Diagramas de funcionamento de sistemas: você sabe como explicar o sistema de armazenamento de água da chuva de forma gráfica? É isto que este diagrama aborda, é com ele que você visualiza os sistemas de tratamento de esgoto, armazenamento de água da chuva e sistemas estruturais.


6. Diagramas de materialidade: neste você pode mostrar a materialidade do edifício, quais matérias você utilizou, e de que forma você compõe a estética do edifício.




 

Conclusão


Como vocês puderam observar aqui, há uma variedade de aplicações da técnica de diagramas, mas sempre vai depender de qual é seu objetivo e de como você irá abordá-lo. Acredito que alguns destes diagramas, você já deve ter tentado fazer. Mas e aí, que tal agora aprender a fazer um diagrama a mão do zero? Esse será o tema do próximo post.



 

Autora Andressa Trogello

Arquiteta e Urbanista formada pela Universidade Federal da Fronteira Sul e

colaboradora do blog.

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